Um balanço do movimento:
Construída a partir dos
compromissos não cumpridos pelo Governo, motivada pela indignação da categoria
com os desrespeitos de um Governo que durante sua campanha eleitoral gerou grande expectativa na mesma. Uma greve sustentada por trabalhadores/as que ousaram lutar
por respeito e valorização e organizada pela direção do Sind-UTE juntamente com
trabalhadores que se dispuseram a compor o Comando, com toda responsabilidade
que esta decisão implica, a greve da educação de Contagem foi uma luta
vitoriosa.
Durante todo o movimento
enfrentamos, com bastante determinação e resistência, todas as tentativas de
nos desmobilizar e todo desrespeito caracterizados por ações que não se
diferenciam de outros Governos que por aqui já passaram.
Fato é que não tivemos o
corte de ponto, arma tão utilizada nos últimos anos pelo Governo Marília, para
reprimir os movimentos reivindicatórios da categoria. Tal ação com certeza
fortalece a organização dos/as trabalhadores/as, porém não se configurou como
respeito ao movimento, pois outras do mesmo nível de perversidade foram
utilizadas: pressão por reposição sem a finalização da greve, cerceamento da
palavra aos educadores nas “Audiências Públicas”, onde nosso movimento era
desqualificado pelos representantes da Secretária de Educação, crime contra a
organização sindical ao enviar para a Assembleia trabalhadores/as
terceirizados/as e comissionados do governo para tentar pôr fim ao movimento,
notas mentirosas à população.
Diante de tudo isso a
categoria manteve sua unidade e resistência e vários canais foram buscados na
tentativa de abrir o diálogo e solucionar o impasse imposto pela ausência de
proposições sérias e morosidade nas discussões.
A população apoiou o
movimento, compreendendo sua importância e reconhecendo no mesmo o espelho das
suas demandas também não atendidas. Pais, estudantes, movimentos sociais,
centrais sindicais cada um destes atores teve grande participação ao nosso
lado.
Os avanços conquistados não
correspondem à expectativa dos/as trabalhadores/as, mas são frutos dos duros
embates vivenciados por cada um que se doou nesta caminhada. Todos/as nos
lembramos bem das duas primeiras reuniões (10/04 e 22/04), onde o gerundismo
imperava, mostrando a intenção de nos enrolar por mais um ano com INPC
parcelado e discussões sem fim. Nossas ações e os desgastes impostos por elas
fizeram o governo se mover para alterar a proposição inicial.
Na Assembleia que suspendeu
a greve dos/as trabalhadores/as, o sentimento foi de dever cumprido na
disposição de luta e certeza de que a suspensão do movimento grevista não
significa o fim da mobilização, pois muito há para se buscar. Tal sentimento
também se reforça pelos avanços conquistados, que com certeza não viriam não
fosse o duro embate travado.
Agora o momento é de
garantir nosso compromisso com a comunidade que nos apoiou e demonstrar nosso
reconhecimento. Vamos manter nossa mobilização e atenção para os compromissos
assumidos e ampliar as conquistas. Seguimos coma certeza de que só a luta é
capaz de trazer conquistas e estaremos sempre prontos para as próximas
batalhas.
Conquistas
da greve:
Recomposição de 5,82% integral;
1% de ganho real que será pago ainda este ano
na forma de abono e incorporado (com discussão de antecipação da incorporação)
em janeiro de 2015;
Diferença de 5.8% em janeiro compensando o
atraso na data base;
Plano odontológico imediato;
Proposta de Plano de Saúde em 90 dias após o
fim da greve;
Revisão do Plano de Carreira já com o novo
índice;
Elevação para 2% nos índices do Plano de Carreira;
Estudo imediato para a implementação do vale
combustível em espécie (conforme acordo de Campanha Salarial dos
trabalhadores da Saúde Municipal).;
30% de reajuste para as agentes de educação
infantil chegando ao valor do PSPN em 2016;
Publicação imediata do Decreto que trata das
férias prêmio com alteração de medidas punitivas;
Aumento de 10% no vale alimentação a partir
de julho de 2014;
Ampliação da rede de atendimento do cartão
CDL em até 60 dias após o fim da greve;
Revisão do piso salarial do Q.A para vigência
em 2015/2016;
Instalação do Conselho de Políticas de
Administração e Remuneração de Pessoal;
Garantia de discussão de antecipação da
incorporação do ganho real a partir da análise da receita em setembro.
Detalhamento das paralisações, reduções
e greve:
PARALISAÇÕES:
|
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MÊS
|
DIAS
|
Fevereiro
|
06, 21
|
Março
|
17, 18, 19 (Greve
Nacional)
|
Abril
|
09, 23
|
Junho
|
23
|
REDUÇÕES:
|
|
MÊS
|
DIAS
|
Março
|
Redução por Eixo:
24 (Industrial e Riacho)
26 (Nova Contagem)
27 (Eldorado e Água
Branca)
28 (Ressaca)
31 (Centro,
Petrolândia e Bernardo Monteiro).
31 (todos os eixos
com EJA)
|
Abril
|
15, 16 - toda a
Rede e FUNEC
|
GREVE:
|
|
MÊS
|
DIAS
|
Abril
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24, 25, 28, 29, 30
(totalizando 05 dias)
|
Maio
|
05, 06, 07, 08, 09,
12, 13, 14, 15, 16, 19, 20, 21, 22, 23, 26, 27, 28, 29, 30 (totalizando 20
dias)
|
Junho
|
02, 03, 04, 05, 06,
09, 10, 11 (totalizando 08 dias)
|
TOTAL
|
41 dias parados e 3
reduções
|
Reunião com a Seduc (23/06): ocorreu
entre a Comissão de Negociação da
categoria e representantes do Governo Municipal (Ramon, Ademilson, Norma e
Luzia), tendo como pauta os critérios a serem adotados na reposição dos dias
parados durante a greve por tempo indeterminado nas escolas da rede Municipal e
FUNEC.
Acordos:
• Garantia de autonomia das escolas.
• Desvinculação do ano letivo X ano civil.
• Utilização do 6º horário na reposição das reduções.
• Uso dos dias de jogos da seleção brasileira, de acordo com o interesse da unidade escolar.
• EJA: Flexibilização de turnos, nas escolas em que for possível.
• ENS. FUNDAMENTAL: Uso de 02(dois) sábados por mês.
• Trabalho de Campo: aprovação a partir da proposta pedagógica.
• CEMEI’S: Uso de 01(um) sábado por mês.
• Sábados impossibilitados para a reposição: dias 04/10 e 25/10 (motivo: eleições), dia 08/11 (motivo: realização das provas do ENEM).
• Avaliação pontual dos casos individuais que se apresentarem, no sentido de garantir o direito à reposição.
Desacordos:
• Não utilização do período entre 23/12/14 e 02/01/15, que o Governo define como recesso obrigatório à todas as unidades escolares.
• Obrigatoriedade do uso, pelas unidades escolares que necessitarem, do período entre 02/01/15 e 15/01/15.
Reunião com a Seduc (01/07): ocorreu
entre representantes do Governo Municipal (Ramon, Ademilson e Norma) e
Diretoria do Sind-UTE (Adriana e Francisca) tendo como pauta: esclarecimentos
sobre reposição do Q.A.
Como fica:
Reposição nos/as
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Para quem fez Greve
|
Para quem NÃO fez
Greve
|
Sábados
|
Considera
reposição
|
Discutir
compensação com a direção.
|
Semana de Outubro
|
Considera
reposição
|
Discutir
compensação com a direção.
|
Sábados que eram escolares e foram transformados em
letivo
|
Considera
reposição
|
Discutir
compensação com a direção.
|
Férias: foi
enviado para as escolas um comunicado adiando as férias daqueles que fizeram
greve e não adquiriram o período para gozo, desde que não acumule 2 períodos,
suspendeu o gozo, mas o 1/3 de férias foi pago.
Não
farão pagamento de hora extra para aqueles que não fizeram greve e que forem
convocados para trabalhar no sábado. Pode sim haver compensação em acordo com a
direção e rodízio.
Agentes
de Educação Infantil: recesso da copa conta como reposição a partir do dia
25/06.
Calendário:
15/07 Conselho de
representantes. Podendo ser antecipado a partir das discussões sobre a
reposição.
18/07 Festa de
confraternização.
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